TEMPESTADES RECONHECE,
NÃO PARA DE NAVEGAR,
RESISTE E NÃO ESMORECE.
(ESCRITORTERCIO)
O LOBO E O CORDEIRO
TÉRCIO STHAL
(DA OBRA DE MONTEIRO LOBATO)
Numa fazenda distante,
Cercados pelos fazendeiros,
Viviam os cordeiros.
Um dia, um filhote,
Que era muito inteligente,
Chamou a sua mamãe
E disse a ela de modo contundente:
- Acho que precisamos comer
Do capim do pasto dos bois,
Já que todo mundo pode ver
O quanto eles são mais fortes
Do que qualquer um de nós.
Mas, a mamãe o orientou:
- Cada família tem o seu pasto,
O que há de errado com o nosso capim?
Um é mais fraco, outro é mais forte,
A Natureza é assim!
O cordeiro escutou,
Mas, foi e quando voltou
Para a sua mamãe disse, enfim:
- O capim de lá é bom!
Mas você está com a razão.
Eu estava enganado!
Nada tem de errado
Com o nosso capim!
Mas, mamãe, agora eu quero ir
Beber água do riacho,
Pois acho e é bem provável
Que ela seja mais saudável
Do que a água que bebemos aqui!
Nós caminhamos tão devagar,
Enquanto os outros animais
Correm rápido e sem cansar...
Acho que o fazendeiro traz
E põe em nossa água algum produto
Para nos manter calmos neste reduto.
Mas, meu filho, disse a mamãe,
Que ideia é esta? É perigoso demais
Caminhar pela floresta...
Pode até ser perigoso, disse ele,
Mas eu não sou medroso!
E, ao amanhecer, sem ninguém perceber,
Ao riacho ele se encaminhou...
O lobo viu, se aproximou e exclamou:
- Ninguém convidou você para vir aqui!
Você está bem longe de sua casa,
Pare de beber e de turvar a minha água!
No ano passado, eu já percebi
A bagunça que você fez por aqui!
- Mas, seu lobo, no ano passado
Eu nem havia nascido!
Como posso ter turvado
A água deste riacho,
Sem sequer tê-la bebido?
- Não adianta se fazer de coitado,
Nem queira me fazer de bobo...
Disse, raivoso, o lobo.
Vá beber a água onde você mora,
Antes que eu venha a expulsá-lo.
Sem olhar pra trás, vá embora!
Seus argumentos não me convencem,
Até os viajantes portam alcantis,
para não beber, jamais,
Da água que não lhes pertence...
Se não trouxe alcantil,
O problema é seu!
Não quero ouvir nem mais um pio,
Cai fora! E pare de usar o que é meu!
Então, antes que o lobo feroz
O atacasse, ele foi embora
E não se ouviu o som de sua voz.
E, ao ver a sua mamãe, disse a chorar:
- Agora, eu aprendi a lição
Que conselhos de mãe
Ninguém deve desprezar!
O VASO DE PANDORA
TÉRCIO STHAL
(DA MITOLOGIA GREGA)
Pandora era
Uma mulher muito bela,
Até hoje todo mundo diz.
Prometeu se apaixonou,
Prometeu casar-se com ela
E se casou.
E dizem que ele foi
Muito feliz!
Mas, um dia,
Pandora abriu
O seu vaso secreto...
O mundo todo viu
E ficou irrequieto.
Dentre dele toda a verdade,
Todas as mazelas da Humanidade:
Vícios, loucuras, crimes e violências,
Pragas, pobreza, e outras inconveniências.
Quando o vaso de Pandora estava fechado,
Era só harmonia e nenhum desagrado.
Mas, quando o vaso de Pandora ficava aberto,
Ninguém ousava, sequer, chegar perto.
Dizem que, ao abrir
O vaso de Pandora,
Não há como esconder segredos,
Todas as neuras, más influências
E medos afloram.
O BELO NARCISO
TÉRCIO STHAL
(DA MITOLOGIA GREGA)
Em Beócia, na Grécia Antiga,
Nasceu o Belo Narciso,
Filho da deusa Liríope
E do deus do Rio Cefiso.
Preocupada, Liríope, um dia,
Perguntou a Tirésias, o adivinho,
Quanto tempo de vida Narciso teria?
E Tirésias, o adivinho,
respondeu acerca do que via:
- Se Narciso jamais olhasse
Para a sua própria imagem,
Vida longa ele teria!
Segundo a profecia,
Narciso cresceu e se tornou
Um caçador adulto,
A proibição, todavia,
Sempre lhe pareceu
Um enorme insulto.
Então, um dia, resolveu
Ir até à beira do rio
Mas, quando para as águas olhou,
Se apaixonou pelo que viu:
A sua estonteante beleza refletida!
Cumpriu-se, assim, a sua sina:
Ao cair no rio, ele perdeu a vida!
Sua beleza incomum
Foi o que deu causa a sua ruína!
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