quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

À NOITE, TODOS OS GATOS

 PARECEM SER PARDOS...

(SABEDORIA POPULAR)























CÃES E GATOS

TÉRCIO STHAL

(INSPIRADO NA PEÇA 

À NOITE TODO GATO É PARDO)


Há cães que não ladram, mas mordem

E, à rigor, lambem os ossos.


Há gatos que miam tanto e, à critério,

Só para serem vistos.


Há quem, por livre escolha, 

Não ame a ninguém

Mas, cotidianamente,

Lambe a mão de muita gente.


Há pessoas que não roubam, nem furtam

Mas, efetivamente,,

Sentem intensa solidão.


À noite, todos os gatos parecem ser

Eminentemente pardos...


Há quem diga estar acordado

Mas dorme, confortavelmente,

Um profundo sono.


Há quem pense que todos dormem,

Distraidamente, mas sempre tem

Alguém acordado.


Há cães que fingem defender,

Submissamente, o dono,

Latem, não mordem

E se dão muito bem.


À noite, todos os gatos parecem ser

Eminentemente pardos e sombrios.


Se os cães latem, mas não mordem,

Gatos pardos dominam e fazem a festa!




JOGO DE XADREZ

TÉRCIO STHAL

(INSPIRADO NA PEÇA 

À NOITE TODO GATO É PARDO)


No tapete xadrez

O jogo pelo poder:

Tem Torre, Rainha e Rei,

Com Bispos e Cavalos,

Para os proteger.


E muitos peões perdidos,

Do tipo "eu não sei

E nem quero saber.".


Rodeados por gatos pardos,

Que dão palpites e apostam,

Esperando pelo rescaldo,

A fim de obterem o que mais gostam.


À noite, todos os gatos parecem ser

Eminentemente pardos...


A História se repete:

Quem vai ganhar o jogo?

É olho por olho e dente por dente!

É pau a pau! É fogo contra fogo!

Quem cala consente?

Mas julgar a quem compete?


Finda a noite, vem o dia!

Quem ganha pode até perder!

Pois a verdade, 

Que outrora não se conhecia,

Pode vir à tona

E, à luz, aparecer!




GALOS BONS DE BRIGA

TÉRCIO STHAL

(IMITANDO A FÁBULA DE ESOPO

O GALO DE BRIGA E A ÁGUIA)


Dois galos brigavam,

Para saber,

Qual deles tomaria conta

Do terreiro.


Foram tantas bicadas 

E unhadas,

Até se reconhecer

O verdadeiro vencedor.


Extenuado,

O galo perdedor

Refugiou-se no galinheiro,

Para suas forças recobrar.


Ementes,

O galo vencedor

Subiu na cumeeira

E se pôs a tripudiar.


Batendo as asa e a cantar,

Num instante de êxtase e de glória,

Para todos ficarem cientes

De quão estupenda foi a sua vitória.


Estava tão feliz e animado,

Que nem percebeu a aproximação

Do gavião que vinha em sua direção,

Para capturá-lo.



MORAL DA ESTÓRIA:


Às vezes, os vencedores

Não passam de perdedores

Ainda não cientificados,

Pois não adianta

Ganhar o mundo todo

E perder a própria alma!




MENSAGEM DE TUPÃ

TÉRCIO STHAL

(IMITANDO ESOPO OU LA FONTAINE)


Era uma vez um pavão

Extremamente vaidoso,

Lindas eram suas penas

E ele apreciava a multidão

E cada comentário elogioso.


Mas, num belo dia de Sol,

Em um relance de contracenas,

Ouviu-se o canto do rouxinol!

Ninguém mais olhava para o pavão

E isto o deixou contrariado...


Então,

Ele foi conversar com Tupã!

E disse, muito enfezado:


- Até hoje de manhã,

Estava tudo bem!

Mas surgiu aquele passarinho,

Feio e sem graça, que saiu do ninho

E veio cantar bem perto de mim.


Precisamos por um fim

Nesta desagradável situação,

Faça eu cantar tão bem,

Quanto ele e, assim,

Não vai ficar ruim pra ninguém!


Não, disse Tupã,,

Com sua lindas penas você continua.

E o rouxinol sempre a cantar bem...


A noite é da Lua

E o Sol surge a cada manhã!

Saiba que há muito tempo já se diz:


- Ninguém pode ser feliz

Invejando o que é dos outros

E sem agradecer pelo que tem!


Boa sorte, pavão! E passar bem!



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