(SOFOCLETO)
PREMISSAS DA GUERRA
TÉRCIO STHAL
Acuada, em um canto qualquer,
A Humanidade estava em guerra.
A guerra era para todos.
A guerra era de todos contra todos.
Ninguém escapava,
Cada um esbarrava, antes de tudo,
Em sua própria perversidade
E, com extremado furor,
Punha-se a atacar o próximo.
As honras aos mortos
Eram, de fato, maiores
Do que às dos moribundos.
Cada um, a seu modo, rezava
Ou orava por si mesmo,
Visando escapar dos infortúnios
da guerra.
As missas de primeiro,
De sétimo até o trigésimo dia
Eram feitas às escondidas.
Depois disto, tudo era esquecido
Quase que por completo.
Entretanto, por todo lado,
Ouviam-se os gritos de ais.
No quarto dos fundos, porém,
Um garoto perguntou:
- Afinal, para que serve a guerra?
E a um só tempo, quase todos,
Aos gritos, respondiam:
- Para destruir! E cada um
se defenda como puder!
Todavia, em um canto do quarto,
Em meio a turba com seus ruídos,
Com voz sibilante, alguém disse:
- A guerra, meu filho, pode ser útil
Para se reconstruir e renascer.
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