(LEDO IVO)
O ESPELHO RASO
TÉRCIO STHAL
Não por acaso,
O olho que vê
Ao espelho raso
O olho que não vê,
Vê a aranha a construir
Sua teia para atrair
E, premeditadamente, matar
A distraída mosca em seu voar.
Não por acaso,
O olho que vê
Ao espelho raso
O olho que não vê,
Vê o debater da mosca
Diante da aranha e de seu olhar
Tentando, heroicamente, escapar
Da morte horrenda e tosca.
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