E MUITO É QUASE NADA:
BASTANTE É O SUFICIENTE?
O QUE ABUNDA, TRANSBORDA?
(ESCRITORTERCIO)
TRAVESSEIRO MACIO
TÉRCIO STHAL
Minha cabeça rocha
meu travesseiro macio:
Mar que não conheço a fundo.
Sombras de Ser e de Não-Ser:
Palavras, silêncios, ecos...
Ora venenos, ora antídotos.
Razões desconhecidas:
Cercas de arames farpados.
Carneirinhos que pulam.
Num dia-noite, talvez madrugada,
quem sabe eu consiga
contar todos os carneirinhos.
Mas tomara que eu não durma,
mesmo em travesseiro macio,
sem acordar os meus sonhos.
TÉRCIO STHAL
Minha cabeça rocha
meu travesseiro macio:
Mar que não conheço a fundo.
Sombras de Ser e de Não-Ser:
Palavras, silêncios, ecos...
Ora venenos, ora antídotos.
Razões desconhecidas:
Cercas de arames farpados.
Carneirinhos que pulam.
Num dia-noite, talvez madrugada,
quem sabe eu consiga
contar todos os carneirinhos.
Mas tomara que eu não durma,
mesmo em travesseiro macio,
sem acordar os meus sonhos.
UMBIGO
TÉRCIO STHAL
Azul
como a luz do meu
Abajur
Nenhum milagre
Brilha
Minha Pele.
Meu sapato preto
no meu pé cansado
tem brilho garantido
pela graxa e escova que passo.
Centrado,
Meu Umbigo fala mais do que eu...
Indica minhas raízes:
Razão, Sentimento e Vontade.
Sangue circulante:
Mais bolas e bolhas do que bulas.
Mais asas do que pés e mãos.
Menos ecos e mais voz.
TÉRCIO STHAL
Azul
como a luz do meu
Abajur
Nenhum milagre
Brilha
Minha Pele.
Meu sapato preto
no meu pé cansado
tem brilho garantido
pela graxa e escova que passo.
Centrado,
Meu Umbigo fala mais do que eu...
Indica minhas raízes:
Razão, Sentimento e Vontade.
Sangue circulante:
Mais bolas e bolhas do que bulas.
Mais asas do que pés e mãos.
Menos ecos e mais voz.
TEMPOS MODERNOS
TÉRCIO STHAL
Enquanto o sapo reclama
que a mosca não se deixa engolir,
a mosca vem e reclama
que anda engolindo sapo demais.
Assim o amor entre o sapo e a mosca
fica no devir
ou na fila de espera
da Secretaria da Beira do Cais.
TÉRCIO STHAL
Enquanto o sapo reclama
que a mosca não se deixa engolir,
a mosca vem e reclama
que anda engolindo sapo demais.
Assim o amor entre o sapo e a mosca
fica no devir
ou na fila de espera
da Secretaria da Beira do Cais.
A SANGUE FRIO
TÉRCIO STHAL
No tempo mais propício escolho
estourar a rolha da garrafa cheia
e me banhar completamente
numa taça do mais puro vinho:
- Vermelho como sangue quente. -
Não requento o meu prato feito
e pacientemente o como e bebo:
- Convenientemente a sangue frio. -
No meu paladar doce como e bebo
a suavidade de pimentas malaguetas,
sorvendo a singular e singela mornidão
de cada instante revelado indigesto:
- Todos os ganhos e todas as perdas. -
Já que o bocado seco não alimenta
nem satisfaz o desejo do meu coração:
- Tudo sobre a mesa, cama e banho. -
Antes tarde do que perder a vontade
de saciar a minha fome e a minha sede.
Quero comemorar por ser um vencedor.
Quero vencer sem nenhum arrependimento:
- Nos olhos dos outros, sempre refresco. -
Justiça seja feita pós cansaço ou ressaca,
ao Sol ou dentro do Vale da Sombra da Morte.
- Queime a língua quem não amornar o prato. -
Pelas beiradas tem veneno e tem antídoto
que podem ser degustados e até apreciados.
Quem come e bebe a própria condenação
é como língua que fala o que deve silenciar.
- Comam e bebam suas penas e suas sinas. -
TÉRCIO STHAL
No tempo mais propício escolho
estourar a rolha da garrafa cheia
e me banhar completamente
numa taça do mais puro vinho:
- Vermelho como sangue quente. -
Não requento o meu prato feito
e pacientemente o como e bebo:
- Convenientemente a sangue frio. -
No meu paladar doce como e bebo
a suavidade de pimentas malaguetas,
sorvendo a singular e singela mornidão
de cada instante revelado indigesto:
- Todos os ganhos e todas as perdas. -
Já que o bocado seco não alimenta
nem satisfaz o desejo do meu coração:
- Tudo sobre a mesa, cama e banho. -
Antes tarde do que perder a vontade
de saciar a minha fome e a minha sede.
Quero comemorar por ser um vencedor.
Quero vencer sem nenhum arrependimento:
- Nos olhos dos outros, sempre refresco. -
Justiça seja feita pós cansaço ou ressaca,
ao Sol ou dentro do Vale da Sombra da Morte.
- Queime a língua quem não amornar o prato. -
Pelas beiradas tem veneno e tem antídoto
que podem ser degustados e até apreciados.
Quem come e bebe a própria condenação
é como língua que fala o que deve silenciar.
- Comam e bebam suas penas e suas sinas. -
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