quarta-feira, 4 de setembro de 2019

ASSUMO, POR CONDIÇÃO,





















BAILAR EM CORDA BAMBA,
NEM SEMPRE POR OPÇÃO.

(ESCRITORTERCIO)



ESTAÇÃO ESPERANÇA
TÉRCIO STHAL

Mancava
numa perna só
o herói de Monte Santo.


Gritava
a plenos pulmões
o poeta para a esfinge.


Roncava
o queixoso Sancho Pança
diante dos moinhos
de vento.


O pescador
sem vara e sem anzol
vivia só de iscas.


O caçador
sem armas
e sem habilidades
estapeava mosquitos.


Faltava
no banco de sangue
o insumo principal.


Ecoava
pelos prados e campinas
sons de surdos-mudos.


E dormiam
como incapacitados
os que perderam
a esperança.



SOMBRA E ÁGUA FRESCA
TÉRCIO STHAL

Nos Vilarejos,
nas manhãs e tardes de Sábado
e nas de Domingo também,
tem gente nova e gente velha a conversar
sob árvores velhas e novas,
como se reiteradamente precisassem de sombra.



VINHO QUE ME APRAZ
TÉRCIO STHAL

Do teu Vinho que não bebo,
mas que me embebeda,
guardo o sabor que me apraz
e vivo como quem todo dia
sangra cada taça do teu Vinho
com os olhos pedinchões.



DURO OU MOLE?
TÉRCIO STHAL

Gritava o Rei, o Canibal
do alto da Torre de Controle:
- Não se trata de guerra contra o mal,
nem de duro contra mole,
mas apenas de exercício do poder.


Trégua pra quê?
Não preciso e nem quero matar
os que pretendo comer.


Andam dizendo que o Rei
está completamente louco,
outros dizem que a Rainha
tem certeza de que não.

Se o manto que cobre um
cobre também o outro,
como saber, efetivamente,

quem está com a razão?


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