domingo, 24 de janeiro de 2010

NÃO SE PODE POSSUIR






















ALGO QUE NÃO SE COMPREENDE,
NEM FAZER ANDAR OU FLUIR
AQUILO QUE NÃO SE ENTENDE.

(TS - PARAFRASEANDO GOETHE)




LIVRE ARBÍTRIO, PRAZER OU SOFRIMENTO?
TÉRCIO STHAL

Quem, por mais inteligente que seja,  
tem capacidade para distinguir e separar 
o bem do mal?

Quem, por mais capaz que seja, tem  
a presunção de, opondo à resistência 
das inclinações subjetivas, estabelecer
definitivamente o que é bom e o que é
mau?

Tendo em conta que o amor por si
mesmo produz ressentir e o assentir 
que relaciona prazer ou relativa felicidade 
a um bem, enquanto o que traz sofrimento 
ou causa infortúnio a um mal, trabalho
de grande monta seria dissociar o
agradável do bom e o desagradável
do mau.

A alma humana, por consciência de sua
energia, atua até o limite de suas forças
para vencer obstáculos que se opõe aos
seus propósitos, e cultiva o que lhe
proporciona prazer e alegria como sendo
um bem, enquanto o que lhe proporciona
sofrimento como sendo um mal. Nem
sempre, ou quase nunca, questiona se é
racional, necessário, recomendável,
prudente, essencial, substancial, modelar
e de efeito duradouro; Não raro, o que é
de imediato considerado como um bem
configura-se mais tarde como um mal.

Tal assentimento equivocado de algo
como um bem se dá ora por falta de
conhecimento, ora por necessidade
extrema, ora por compulsão e até por
convencimento coercitivo.

Se por um lado há prazer em poder
decidir e escolher entre o bem e o mal,
entre o que é bom e o que é mau, por
outro, o grau de sofrimento que estes
momentos de ajuizamento e decisão
provocam, são por demais desgastantes.

Por conta das interveniências do meio
e de avaliações cognitivas na leitura
diversificada de dados e informações,
estes momentos podem levar o ser
humano a grandes conflitos internos.

Respeito entre as pessoas, ética, moral,
bons costumes, relação de autoridade,
regras e leis subjetivas e objetivas, bem
como as implicações que delas advém,
as avaliações cognitivas, a historicidade
e experiências de vida, podem dar, a ele,
visões distorcidas do momento em que
vive, ou informações que o façam concluir
pela necessidade de bem se conduzir.

A aquisição de significação para diminuir
as dúvidas em relação à melhor forma de
se conduzir e de agir pode e deve se dar
em processos de escolha, em atos de livre
arbítrio, por gestão de conhecimento, e não
apenas pela sensação imediata de prazer
ou de sofrimento, ou expectativas quanto
a um futuro prazeroso ou de infortúnio.

Não se deve matar a individualidade, mas
também não se deve excitá-la a ponto desta
não mais concorrer motivadamente para a
efetivação do bem comum.

Recomendavelmente edificante seria praticar
o livre arbítrio para escolher sempre o bem,
em justa e compassiva benevolência, a si 
mesmo e aos outros, ao invés de preferir, 
no mais das vezes, viver egoisticamente sem 
sequer avaliar as consequências desta decisão,
atitude e comportamento.


3 comentários:

Kalaari disse...

Parabéns pelo seu trabalho, que retrata fielmente o que no fundo nós somos, por mais que o tentemos negar a nós próprios. Longe da perfeição, apenas nos resta a ilusão de que somos perfeitos...
Gostei muito deste texto, dentro dos parâmetros da sua inegável qualidade de escrita.
Um grande abraço.
Vera Lucia

shintoni disse...

Tércio:
Sua poesia já está na lista de publicações do Tema do Mês e seu nome já está na lista com o link deste seu blog. Vai ao ar dia 31/01, ok?
Valeu mesmo!
Abração, ótimo final de semana e parabéns pelo novo blog!

shintoni disse...

Tércio:
Seu poema referente ao Tema do Mês, "Fronteiras", foi postado hoje no Duelos, ok?
Valeu!
Abraço e ótima semana!