quinta-feira, 18 de novembro de 2021

AZAR DE UNS,

 SORTE DE OUTROS...



























SORTE OU AZAR?

TÉRCIO STHAL


Quem pensa que 

Talismãs dão sorte,

Talvez deva saber que


Cavalo sem ferradura

Pode adquirir ferida

Que jamais se cura.


Trevo de quatro

Folhas sem raiz

Nunca será feliz.


Coelho sem as patas

Não sabe correr bem

E sorte tem quem

Acredita nela.


Precisa aprender

A acender a luz

Para não depender

Apenas de vela.



























CRIME E CASTIGO

TÉRCIO STHAL

(BASEADO EM UM

CONTO PORTUGUÊS)


Conta-se que um rapaz

Por muitos fora acusado

De roubar as asas do anão

E levado à presença do Juiz

Para ser interpelado.


Que asas são estas?

Pergunta o Juiz.


- Estas asas são

As que o anão usava

Para do pico mais alto

Vir do Céu ao Chão

E roubar todo o país.


- E do Lobisomem, rapaz,

O que você me diz?


Sorrindo, disse o rapaz:

- O  Lobisomem é bem menor

Do que o anão.

Nem todas as galinhas que somem

Vão para a barriga do Lobisomem.


Apreensivos, a família do rapaz

E o Escrivão esfregavam as mãos,

Enquanto o rapaz retirava

Do bolso da calça marrom

Um canivete com cabo de marfim

E letras gravadas...


E o sorriso, por fim,

Deu vez às gargalhadas.


- Este canivete é do anão,

Exclamou o Juiz, ao ver

O nome do anão, nele, gravado.


Um burburinho medonho

Se fez ouvir da multidão

Que desejava ver

A punição do culpado.


O Juiz, por sua vez,

Mandou trazer o anão

Para o Tribunal,

A fim de condená-lo à prisão.


E o rapaz acusado 

De roubar as asas do anão

Teve por sentença imediata

A total absolvição.,

Além de elogios 

Por sua iniciativa,

Coragem, inteligência

E honestidade.


Nas ruas de todo o país,

O povo, afinal, cantava feliz,

Por ver a derrota da corrupção

E da impunidade.


O Juiz, então, fechou

O Grande Livro das Leis,

Que sempre o acompanhava

E anunciou:


- Hoje justiça se fez!

Viva a Constituição Nacional!

Audiência encerrada!



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