SORTE DE OUTROS...
SORTE OU AZAR?
TÉRCIO STHAL
Quem pensa que
Talismãs dão sorte,
Talvez deva saber que
Cavalo sem ferradura
Pode adquirir ferida
Que jamais se cura.
Trevo de quatro
Folhas sem raiz
Nunca será feliz.
Coelho sem as patas
Não sabe correr bem
E sorte tem quem
Acredita nela.
Precisa aprender
A acender a luz
Para não depender
Apenas de vela.
CRIME E CASTIGO
TÉRCIO STHAL
(BASEADO EM UM
CONTO PORTUGUÊS)
Conta-se que um rapaz
Por muitos fora acusado
De roubar as asas do anão
E levado à presença do Juiz
Para ser interpelado.
Que asas são estas?
Pergunta o Juiz.
- Estas asas são
As que o anão usava
Para do pico mais alto
Vir do Céu ao Chão
E roubar todo o país.
- E do Lobisomem, rapaz,
O que você me diz?
Sorrindo, disse o rapaz:
- O Lobisomem é bem menor
Do que o anão.
Nem todas as galinhas que somem
Vão para a barriga do Lobisomem.
Apreensivos, a família do rapaz
E o Escrivão esfregavam as mãos,
Enquanto o rapaz retirava
Do bolso da calça marrom
Um canivete com cabo de marfim
E letras gravadas...
E o sorriso, por fim,
Deu vez às gargalhadas.
- Este canivete é do anão,
Exclamou o Juiz, ao ver
O nome do anão, nele, gravado.
Um burburinho medonho
Se fez ouvir da multidão
Que desejava ver
A punição do culpado.
O Juiz, por sua vez,
Mandou trazer o anão
Para o Tribunal,
A fim de condená-lo à prisão.
E o rapaz acusado
De roubar as asas do anão
Teve por sentença imediata
A total absolvição.,
Além de elogios
Por sua iniciativa,
Coragem, inteligência
E honestidade.
Nas ruas de todo o país,
O povo, afinal, cantava feliz,
Por ver a derrota da corrupção
E da impunidade.
O Juiz, então, fechou
O Grande Livro das Leis,
Que sempre o acompanhava
E anunciou:
- Hoje justiça se fez!
Viva a Constituição Nacional!
Audiência encerrada!
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