PARA QUEM É MOLE!"
FAZER SENTIDO
TÉRCIO STHAL
Quem enxerga e não vê
Está praticamente cego.
Quem escuta e não ouve
Está praticamente surdo.
Quem fala e não diz
Está praticamente mudo.
Quem promete e não faz
Não passa de um mentiroso.
O sentido das palavras
Não está nas palavras,
Está nas pessoas que as proferem.
EMERSON
O JOVEM LOUCO E O POETA DISTRAÍDO
TÉRCIO STHAL
Dizem que "a vida é dura para quem é mole!"
Mas a esperança não pode ser configurada
Em um cenário de uma selva de desilusão.
Ninguém deveria viver, nem morrer,
Entre os quadros camuflados de um filme trágico,
Nem alienado ou sem nenhuma motivação.
Enquanto o jovem louco ou desvairado
Gritava, em Praça Pública, estas palavras,
O poeta distraído, platonicamente,
Cantava uma canção de amor para a Lua prateada.
Mas, quase ninguém prestava atenção
No jovem louco, nem no poeta...
O MOSQUITO DISTRAÍDO
TÉRCIO STHAL
(IMITANDO ESOPO OU LA FONTAINE)
Era uma vez um mosquito,
Que se gabava por ter vencido
O poderoso Rei dos animais.
Todo mundo que ele encontrava
Ficava sabendo toda a estratégia
Que ele ele utilizou para vencer o Leão.
Ele voava cada vez mais rápido,
A fim de contar para todo mundo
A sua estória deveras especial.
A ponto de não ver a teia de aranha
Bem à frente dos seus olhos
E do seu nariz.
Quando percebeu já estava preso
Na teia da aranha faminta
E prestes a devorá-lo por inteiro.
A COBRA DO SABUGUEIRO
TÉRCIO STHAL
(REESCREVENDO E RECONTANDO
UMA LENDA DE ORIGEM PORTUGUESA)
Numa tarde ensolarada
Um homem passeava, feliz,
Com o seu cãozinho de estimação.
Quando, repentinamente,
Viu uma figueira
Repleta de frutas maduras.
Salivando, estendeu a mão
Querendo pegar
Um figo para comer.
Mas, ouviu uma voz a lhe dizer:
- Alto lá, meu bom rapaz!
Faça o favor de deixar
Os meus figos em paz!
Só deixo você pegar
Os meus figos
Se trocar pelo seu cão.
Como se soubesse
O que estava acontecendo
O cãozinho se pôs a latir...
O homem rejeitou a proposta
E saiu correndo...
Diz a lenda que atrás da figueira,
Repleta de frutas maduras,
Vive a cobra do sabugueiro,
Que pega, mata e come.
À espreita, o tempo inteiro,
Metade cobra, metade mulher,
Tentando enganar a quem queira
Saciar o desejo e a fome!
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