sábado, 15 de agosto de 2020

QUANDO NUVENS DENSAS

CAUSAM-ME CONSTIPAÇÃO:

EU VOLTO A COMER TERRA.


QUANDO ÁGUAS REVOLTAS

CAUSAM-ME ENJOO:

EU VOLTO A COMER FOGO-FÁTUO.


QUANDO ARES MORNOS

CAUSAM-ME ALIENAÇÃO:

EU VOLTO A COMER NUVENS.


CHOVE SOL E SAL

NA ROTA DA MINHA NAU.

VENTOS VEM E VÃO...

SE FORTES, IÇO AS VELAS.


(ESCRITORTERCIO)




















CONSELHOS DE CORUJA

TÉRCIO STHAL

(IMITANDO ESOPO OU LA FONTAINE)


No interior da floresta

Ouviu-se o alerta geral:

O Mico, de campana, sinalizou

Que o Caçador e seus Cães estão à espreita.


Rei Leão anunciou a todos

Que o perigo anda à solta.

Vira e mexe morre muitos

Animais desatentos.


Dona Sapiência, a Coruja "sapiens",

Distinta Conselheira do Rei,

Recomenda que todos "fiquem em casa",

Para livrarem-se do perigo!


Rei Leão, imediatamente, ordena

A reclusão de todos os animais da floresta.

Ninguém sai! Ninguém vai! Ninguém vem!

Está proibida qualquer tipo de movimentação!


Segundo Ele, assim ninguém morre

Pelas mãos do Caçador,

Nem pelas unhas dos seus ferozes Cães!


Entretanto, depois de algum tempo,

Muitos são os reclamantes,

Já que a fome e a reclusão

Consomem o vigor de todos.


O Rei, cansado de tanta reclamação,

Libera em cinquenta por cento 

A movimentação dos animais.


Ah! Mas, não demora muito,

Vem as más notícias:

O Caçador e seus Cães

Estão causando mais baixas.


He, he, he, he, he...

As Hienas gargalham até não mais poder...

He, he, he, he, he...

E exigem que o Rei Leão

Providencie o sustento geral

E o bem estar de todos os animais.

He, he, he, he... He, he, he...


Cobras, Lagartos e Jacarés,

De olhos grandes e rabos compridos,

De bocas abertas e línguas sempre soltas, 

Afirmam que não precisam de vacina

Para demonstrarem que tem coragem.


Enquanto isto, Dona Sapiência, a Coruja

Recomenda ao Rei e a todos os animais

O uso de máscaras e aromas perfumados,

Para despistarem e iludirem

O faro do Caçador e dos seus Cães.



MORAL DA ESTÓRIA:


A CORAGEM

DESPROVIDA DE PRUDÊNCIA

É SINAL DE TOLICE, 

PORTANTO, 

SÊ PRUDENTE SEMPRE 

E CORAJOSO 

QUANDO

INDISPENSAVELMENTE 

NECESSÁRIO.




O URSO E OS VIAJANTES

TÉRCIO STHAL

(IMITANDO ESOPO OU LA FONTAINE)


Dois amigos viajantes

Passavam pela floresta

Quando viram, logo ali, adiante,

Um enorme Urso Pardo.


Um dos homens subiu

Numa árvore bem alta

E ficou esperando

O Urso ir embora.


O outro, porém,

Não viu onde se esconder,

Então pensou:

- E agora?

Deitou-se no chão

E fingiu-se de morto...


O Urso chegou,

Cheirou a sua orelha

E imaginando

Que ele estivesse sem vida,

Só teve uma saída:

Deixá-lo ali e ir embora!


Então, o homem

Que estava na árvore perguntou:

- O que este Urso cochichou

Na sua orelha, meu amigo?


Ao que o outro, respondeu:

- O Urso me disse

Que não se deve confiar

Em quem abandona alguém

Na hora do perigo!




O LEÃO MEDROSO

TÉRCIO STHAL

(IMITANDO ESOPO OU LA FONTAINE)


Era uma vez um Leão

Que da sua estirpe

A coragem não herdava!


Sentia medo de tudo,

De todos e quaisquer

Ruídos ou sons que escutava.


Na Lagoa próxima, dali,

O Sapo Boi coaxava:

- Croach! Croach! Croach!


E, à sua volta, sempre

Tinha algum que replicava:

- Foi! Não foi! Foi! Não foi! Foi! Não foi!


Ao ver o Leão tremer de medo,

A Coruja ria, pois conhecia o Sapo Boi

E bem sabia que a mais ninguém Ele assustava.



MORAL DA ESTÓRIA:


QUEM CULTIVA O MEDO,

DELE NEM CORRE,

ASSUSTADO VIVE

E ASSUSTADO MORRE!





Nenhum comentário: