CAUSAM-ME CONSTIPAÇÃO:
EU VOLTO A COMER TERRA.
QUANDO ÁGUAS REVOLTAS
CAUSAM-ME ENJOO:
EU VOLTO A COMER FOGO-FÁTUO.
QUANDO ARES MORNOS
CAUSAM-ME ALIENAÇÃO:
EU VOLTO A COMER NUVENS.
CHOVE SOL E SAL
NA ROTA DA MINHA NAU.
VENTOS VEM E VÃO...
SE FORTES, IÇO AS VELAS.
(ESCRITORTERCIO)
CONSELHOS DE CORUJA
TÉRCIO STHAL
(IMITANDO ESOPO OU LA FONTAINE)
No interior da floresta
Ouviu-se o alerta geral:
O Mico, de campana, sinalizou
Que o Caçador e seus Cães estão à espreita.
Rei Leão anunciou a todos
Que o perigo anda à solta.
Vira e mexe morre muitos
Animais desatentos.
Dona Sapiência, a Coruja "sapiens",
Distinta Conselheira do Rei,
Recomenda que todos "fiquem em casa",
Para livrarem-se do perigo!
Rei Leão, imediatamente, ordena
A reclusão de todos os animais da floresta.
Ninguém sai! Ninguém vai! Ninguém vem!
Está proibida qualquer tipo de movimentação!
Segundo Ele, assim ninguém morre
Pelas mãos do Caçador,
Nem pelas unhas dos seus ferozes Cães!
Entretanto, depois de algum tempo,
Muitos são os reclamantes,
Já que a fome e a reclusão
Consomem o vigor de todos.
O Rei, cansado de tanta reclamação,
Libera em cinquenta por cento
A movimentação dos animais.
Ah! Mas, não demora muito,
Vem as más notícias:
O Caçador e seus Cães
Estão causando mais baixas.
He, he, he, he, he...
As Hienas gargalham até não mais poder...
He, he, he, he, he...
E exigem que o Rei Leão
Providencie o sustento geral
E o bem estar de todos os animais.
He, he, he, he... He, he, he...
Cobras, Lagartos e Jacarés,
De olhos grandes e rabos compridos,
De bocas abertas e línguas sempre soltas,
Afirmam que não precisam de vacina
Para demonstrarem que tem coragem.
Enquanto isto, Dona Sapiência, a Coruja
Recomenda ao Rei e a todos os animais
O uso de máscaras e aromas perfumados,
Para despistarem e iludirem
O faro do Caçador e dos seus Cães.
MORAL DA ESTÓRIA:
A CORAGEM
DESPROVIDA DE PRUDÊNCIA
É SINAL DE TOLICE,
PORTANTO,
SÊ PRUDENTE SEMPRE
E CORAJOSO
QUANDO
INDISPENSAVELMENTE
NECESSÁRIO.
O URSO E OS VIAJANTES
TÉRCIO STHAL
(IMITANDO ESOPO OU LA FONTAINE)
Dois amigos viajantes
Passavam pela floresta
Quando viram, logo ali, adiante,
Um enorme Urso Pardo.
Um dos homens subiu
Numa árvore bem alta
E ficou esperando
O Urso ir embora.
O outro, porém,
Não viu onde se esconder,
Então pensou:
- E agora?
Deitou-se no chão
E fingiu-se de morto...
O Urso chegou,
Cheirou a sua orelha
E imaginando
Que ele estivesse sem vida,
Só teve uma saída:
Deixá-lo ali e ir embora!
Então, o homem
Que estava na árvore perguntou:
- O que este Urso cochichou
Na sua orelha, meu amigo?
Ao que o outro, respondeu:
- O Urso me disse
Que não se deve confiar
Em quem abandona alguém
Na hora do perigo!
O LEÃO MEDROSO
TÉRCIO STHAL
(IMITANDO ESOPO OU LA FONTAINE)
Era uma vez um Leão
Que da sua estirpe
A coragem não herdava!
Sentia medo de tudo,
De todos e quaisquer
Ruídos ou sons que escutava.
Na Lagoa próxima, dali,
O Sapo Boi coaxava:
- Croach! Croach! Croach!
E, à sua volta, sempre
Tinha algum que replicava:
- Foi! Não foi! Foi! Não foi! Foi! Não foi!
Ao ver o Leão tremer de medo,
A Coruja ria, pois conhecia o Sapo Boi
E bem sabia que a mais ninguém Ele assustava.
MORAL DA ESTÓRIA:
QUEM CULTIVA O MEDO,
DELE NEM CORRE,
ASSUSTADO VIVE
E ASSUSTADO MORRE!
Nenhum comentário:
Postar um comentário