quarta-feira, 12 de maio de 2010

QUE FORÇA TEM A VISÃO:
























DE NO BREU, VER A ESCURIDÃO.
E DE, POR VEZES, POR NÃO QUERER
OU PARA POUPAR O CORAÇÃO,
DEIXAR PRA LÁ, E NADA VER.

(ESCRITORTERCIO)




VER OU NÃO VER,
EIS A QUESTÃO.
TÉRCIO STHAL

Vi o cego e seu cão guia,
Andando juntos numa via,
O cão não me conhecia,
Mas não latiu, nem me mordeu.

O cego me viu, me reconheceu,
disse-me um sonoro bom dia.
Nem sei porque isto se deu,
Estava ele em boa companhia.

O cego não temia o breu,
Pois, na verdade, sabia
Que o seu fiel cão guia
O levaria ao termo seu.

Sabiam o caminho a seguir,
Onde e quando queriam ir.

Noutro ponto alguém que via,
A passear com seu cão, corria,
O cão rosnava alto e latia,
Os dois sabiam quem era eu,

O cão logo me reconheceu,
Mas seu dono nem disse bom dia.
Eu sei que este fato se deu
Pela pressa e pela correria.

O homem parece que não via
Que seu cão se aborreceu,
Que seu cão se entristeceu,
e que segui-lo já não queria.

Arrastado, na corrente, ia
Sofrendo a má companhia.



Um comentário:

Kalaari disse...

A mesma qualidade de sempre...
Um texto que nos faz pensar. Mas já Jesus dizia: ''Quem não fôr cego que me siga''. Mas infelizmente hoje há muitos mais cegos do que aquilo que se possa imaginar.
Abraço grande
Vera Lucia