O ASTRO A MOSTRAR O SEU BRILHO,
A REVERBERAR FRASES TANTAS,
A REFERENDAR TESES PRONTAS
DE ADULTO EM SEU ESPARTILHO;
NEM BRANCO, NEM PRETO, NEM CRIANÇA,
BRILHO INCOMUM A PERMITIR VACÂNCIAS.
(ESCRITORTERCIO)
O ASTRONAUTA
TÉRCIO STHAL
Cabeça nas nuvens e pés em pleno ar,
O gotejar do vazio sobre o seu corpo.
Cabeça no ar e pés em plenas nuvens,
O arejar do vazio sobre o seu corpo.
Olhos nas nuvens e mãos em pleno ar,
O afagar do vazio sobre o seu corpo.
Mãos nas nuvens e olhos em pleno ar,
Lacrimejar do vazio sobre o seu corpo.
Cheiro de vacância
Imensa solidão
Do vago horizonte.
Para onde ir e o que fazer:
Quem dará a próxima ordem.
Dor na alma inquieta,
Dor de quem quer se insurgir,
Dor de quem sofre duro comando.
De repente o ar se acaba,
o que era vago junto com ele se vai,
O que era vazio, aos poucos, se esvai.
De repente o ar se acaba,
Fica só o pensamento vago.
E, na vacância, o suave afago.
Astral dolorido de quem vaga...
Astro do vazio e de algo mais...
Astronauta que dança, sem paz.
Dança o astro entre nuvens,
E, no ar, a sua leve dança
Alivia, no ser, a vacância...
O vazio se renova na vacância...
Do astro astronauta fica o astral
Do homem feito à sua infância.
Enquanto isso, lá embaixo,
No mundo dos humanos ocupados,
O calo: 'De quem será a fortuna?'
Não há nada que preencha a vacância,
Nem o melhor dos planos engendrados,
Definitivamente está posta a lacuna!
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