terça-feira, 30 de junho de 2009

VAGANDO POR ENTRE AS SOMBRAS,






























O ASTRO A MOSTRAR O SEU BRILHO,
A REVERBERAR FRASES TANTAS,
A REFERENDAR TESES PRONTAS
DE ADULTO EM SEU ESPARTILHO;
NEM BRANCO, NEM PRETO, NEM CRIANÇA,
BRILHO INCOMUM A PERMITIR VACÂNCIAS.

(ESCRITORTERCIO)



O ASTRONAUTA
TÉRCIO STHAL

Cabeça nas nuvens e pés em pleno ar,
O gotejar do vazio sobre o seu corpo.

Cabeça no ar e pés em plenas nuvens,
O arejar do vazio sobre o seu corpo.

Olhos nas nuvens e mãos em pleno ar,
O afagar do vazio sobre o seu corpo.

Mãos nas nuvens e olhos em pleno ar,
Lacrimejar do vazio sobre o seu corpo.

Cheiro de vacância
Imensa solidão
Do vago horizonte.

Para onde ir e o que fazer:
Quem dará a próxima ordem.

Dor na alma inquieta,
Dor de quem quer se insurgir,
Dor de quem sofre duro comando.

De repente o ar se acaba,
o que era vago junto com ele se vai,
O que era vazio, aos poucos, se esvai.

De repente o ar se acaba,
Fica só o pensamento vago.
E, na vacância, o suave afago.

Astral dolorido de quem vaga...
Astro do vazio e de algo mais...
Astronauta que dança, sem paz.

Dança o astro entre nuvens,
E, no ar, a sua leve dança
Alivia, no ser, a vacância...

O vazio se renova na vacância...
Do astro astronauta fica o astral
Do homem feito à sua infância.

Enquanto isso, lá embaixo,
No mundo dos humanos ocupados,
O calo: 'De quem será a fortuna?'

Não há nada que preencha a vacância,
Nem o melhor dos planos engendrados,
Definitivamente está posta a lacuna!


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