domingo, 24 de agosto de 2008

EDUCAR PARA A CIDADANIA






























É COMO TINGIR ALMAS.

(PLATÃO)



VOZES SURDAS
TÉRCIO STHAL

Eis por todo lado a guilhotina,
A lâmina que vem e elimina
O som da vozes e das palavras,
Acorrentando-as, com as travas,
Com os cadeados e com algemas,

É, do poder, o estratagema,
Instrumenta mordaz que golpeia
A liberdade de quem anseia
Viver a vida simples e sem trauma,
Viver por inteiro, de corpo e alma.

A mordaça, a censura, a proibição,
São duros golpes à liberdade de ação.
E cada golpe é um trauma a mais.

Cada censura é o cercear a vida.
É a própria guerra consentida.
É o desrespeito à trégua e à paz.

Mas se as vozes surdas ou caladas
Fossem ouvidas de forma adequada,
Nos ajudariam a reelaborar valores
E a construir novas atitudes, Senhores.

Pois a agressividade não é má, nem anormal,
É função estruturante, é recurso, é aval,
Embora sendo ativada pela frustração,
Elimina a inércia e nos conduz à ação,
Tende a revelar a importância da vida
E prevenir atos e ações que a agridam.

Por saber que a violência é o que afronta,
Que o distúrbio da agressividade amedronta,
E por entender que os conflitos são necessários,
A cada dia surgem os novos revolucionários,
A mostrar opções de escolha, com liberdade,
E a construir a cidadania, com dignidade.


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