(MARQUÊS DE MARICÁ)
SIMBIOSE
TÉRCIO STHAL
Entre lágrimas e ósculos
E palavras lançadas ao Cosmo,
O monstro da caverna
Alheio descansa, hiberna
E seus estrepes nem doem.
Entrementes,
O cético,
Hermético,
Negando o seu jeito,
A negar se põe...
Nega as Encíclicas Papais,
Cada virtude,
Cada atitude,
Cada conquista
E cada pista.
Nega até o Verbo Vivo
E, entre lapsos e colapsos,
Paradoxos e nexos causais
Caminha intenso e altivo
Para junto de seus ancestrais.
Da quimera ao veredito,
O arbitrário desígnio
A mostrar o fim do ciclo,
O vértice do funil, o estopim
Da Luz no fim do túnel.
Ei-lo, ali, com inerte semblante,
Admitindo o esquife por casulo
E o tempo voraz, dissecante
Sobre ele, que jaz parado, nulo.
Entre a pompa, as luzes e o bizarro,
Nem pó, nem carne viva, nem barro.
Se por sina ou hedionda ânsia,
Se por álibi ou por perfídia,
Se a fugir do gueto em escombros,
Se para descarregar os seus ombros,
Que importa?
Eis o entrave!
Onde a chave?
Onde a porta?
Eis o Ser ao fim de um ciclo,
No inseguro jazigo da transição.
Na caricatura da metamorfose.
Ascensão será apenas um mito?
Depois do féretro há evolução?
Ou só vivos e mortos em simbiose?
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