terça-feira, 8 de abril de 2008

O INFINITO NOS ULTRAPASSA,
























E O DOM DE VIVER PASSOU ÀS FLORES.

(ESCRITORTERCIO)



TÉRCIO STHAL
DEGUSTAÇÃO

Para além das reminiscências
E das influências estritamente tribais,
Cenários das telas e dos vitrais
E das portas com mensagens nos umbrais...

Das escadarias, cruzes tantas e altas torres
Levantadas, a termo, nas suntuosas catedrais,
Inalando o ar, sem reserva, o meu septo vai
Apalpando os eternos, os santos e os ancestrais...

Degustando imagens e mensagens aplicadas,
Meu palato vai além, vê antros, pátios e sais,
Ouve sons mistos, sons místicos e aplicações
Com véus, sombras, lenços, unguentos e florais,
A engendrar, com lágrimas, frágeis cristais...

Compondo as alegorias, os alentos e as poções,
E cobrindo-me, às vezes, com muitos avais,
Entro em mim, rio e choro, e isto me traz
Bons aplicativos, mas muitas vezes letais...

Chego até a pensar em saciar a minha fome
Com as sempiternas guloseimas papais
E a minha insuportável sede também me faz
Desejar a mui aquecidas águas batismais,
Para livrar-me das implicações enfermais...

Mas meu espírito e minha alma de artista
Instiga-me aos meus próprios castiçais,
Meus instintos e meus sentidos me dão a pista:
É preciso sempre degustar um pouco mais.


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