QUE A CONTAMINAÇÃO
SE DAVA POR GOTÍCULAS
ATÉ "O HOMEM DA BOLHA"
SENTIU-SE APAVORADO.
SE DAVA POR GOTÍCULAS
ATÉ "O HOMEM DA BOLHA"
SENTIU-SE APAVORADO.
(ESCRITORTERCIO)
‘TÃO PERTO OU TÃO LONGE?’
TÉRCIO STHAL
Quando a língua do Dragão
Salivou e beijou o Mundo,
Ficou muito difícil saber
O que era largo ou estreito,
O que era raso ou profundo...
Uns diziam:
- É o Inferno de Dante!
Tudo está perdido!
É fogo e enxofre! É o fim!
É pá de cal!
Outros diziam:
- O maná virá do Céu!
Ele vem! Está prometido!
É água da fonte! É pão e vinho!
É mel e sal!
Entre uns e outros,
Outros tantos e tantos outros,
Mascarados ou não,
Ansiosamente aguardavam
A abertura do bar mais próximo!
Sem questionar se era bem ou mal...
Lavando as mãos com água e sabão
E higienizando com álcool em gel,
Todo mundo esperava da ciência
O medicamento para tratar a doença
E a vacina para efetivar a prevenção...
Até o Dragão cobriu a boca com véu!
O MOVIMENTO CAIU DEMAIS
TÉRCIO STHAL
O movimento caiu demais:
Até as amantes e as prostitutas
Começaram a reclamar...
Todo mundo anda engolindo
A seco até a própria saliva.
“Se (ainda) não tem remédio,
O que fazer? Remediado está”?
Entrementes, molho a garganta
Com um saboroso vinho tinto.
Ondas vão e vem, vem e vão...
Elas nunca morrem na Praia.
Quem morre na véspera
Não passa de um Peru distraído.
Mas todo mundo tem razão de reclamar:
O movimento caiu... Caiu demais!
TÉRCIO STHAL
O movimento caiu demais:
Até as amantes e as prostitutas
Começaram a reclamar...
Todo mundo anda engolindo
A seco até a própria saliva.
“Se (ainda) não tem remédio,
O que fazer? Remediado está”?
Entrementes, molho a garganta
Com um saboroso vinho tinto.
Ondas vão e vem, vem e vão...
Elas nunca morrem na Praia.
Quem morre na véspera
Não passa de um Peru distraído.
Mas todo mundo tem razão de reclamar:
O movimento caiu... Caiu demais!
CARTAZ (#COVID 19)
TÉRCIO STHAL
Entre tantos sujos e mal lavados,
Eu, que sempre andei de cara limpa,
Venci muros e paredes,
Touros bravos na arena
E na multidão fui destacado...
Hoje, aqui e agora, isolado,
Quase ninguém me vê
E quando saio na rua
Sou apenas um entre uns e outros...
Uns e outros mascarados.
TÉRCIO STHAL
Entre tantos sujos e mal lavados,
Eu, que sempre andei de cara limpa,
Venci muros e paredes,
Touros bravos na arena
E na multidão fui destacado...
Hoje, aqui e agora, isolado,
Quase ninguém me vê
E quando saio na rua
Sou apenas um entre uns e outros...
Uns e outros mascarados.
PEQUENO SALTO
TÉRCIO STHAL
Talvez
Porque o verso
Em si mesmo
Não acredita...
O verso
Sempre me diz
Me (e) dita...
Fotografo
Palavras
Que fotografam...
O vento leva
- Como faca cega -
Lambe e corta
Só quando quer.
Do fruto proibido
À pedra que derruba:
Pequeno salto!
O verso
Sempre me diz
Me (e) dita...
Talvez
Porque o verso
Em si mesmo
Não acredita...
Com fogo no rabo
Se apressa
A estrela cadente...
TÉRCIO STHAL
Talvez
Porque o verso
Em si mesmo
Não acredita...
O verso
Sempre me diz
Me (e) dita...
Fotografo
Palavras
Que fotografam...
O vento leva
- Como faca cega -
Lambe e corta
Só quando quer.
Do fruto proibido
À pedra que derruba:
Pequeno salto!
O verso
Sempre me diz
Me (e) dita...
Talvez
Porque o verso
Em si mesmo
Não acredita...
Com fogo no rabo
Se apressa
A estrela cadente...
2 comentários:
O teu estilo é inconfundível. As poesias referentes à pandemia (são as que estou olhando neste momento) são caracterizadas por uma ironia fina e pelo desconcerto. Admirável, Tércio.
Um abraço,
Malu Otero
Grato, Malu Otero, por sua sincera apreciação.
Forte abraço!
Tércio Sthal
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