sábado, 1 de setembro de 2018

SALTO DAS NUVENS

QUANDO QUERO VER O CÉU
OU QUANDO QUERO VIR AO CHÃO.

(ESCRITORTERCIO)























QUE NEM TUDO PASSE
TÉRCIO STHAL

Passa o trem fantasma,
passa também o mau agouro.
Passa o efeito de cada bomba
logo depois de cada estouro.

Das juras de amor eterno
somem o mel, a prata e o ouro.
No umbigo de outrora,
agora, sobra o mais grosso couro.

Tem o toureiro e a plateia
querendo cansar o touro.
Permanece a ignorância
sobre o tempo vindouro.

Será que há luz no fim do túnel
ou pelo menos um mapa do tesouro.
Que a esperança e o sorriso
nos rostos sejam imorredouros.



QUEM VAI PAGAR O PATO?
TÉRCIO STHAL

Por todo o país
o povo cansado de ser tratado
como "gato e sapato".

Poetas nos jardins
falam de flores e de espinhos:
Imagens, fotos e retratos.

Loucos gritam nas Praças:
O Rei está completamente nu!
Sua cabeça será servida no prato.

"Bobos da Corte" riem,
encenando cada ato:
Nem insanos, nem insensatos.

Às vezes o Rei sai do sério:
Onde está o meu desjejum?
Alguém vai pagar o pato.

Na Corte estronda um grito:
Não há mais o que fazer!
Nossa! Como o povo é ingrato.



NOS TEMPOS E ESPAÇOS VAZIOS
TÉRCIO STHAL

Nos tempos e espaços 
vazios de realidade
 
assentam-se
e balançam as cadeiras

as lembranças
e a saudade.



SINCERO
TÉRCIO STHAL

Sem cera e sério.
Sem cerimônia.
Sincero.

Copo que se diverte
quando verte e seca
a última gota.

Da mais valia
o que menos vale
escoa pelo ralo.

De tudo, sobra:
Nada mais, nem menos,
do que o essencial.


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