AS UTÓPICAS PREGAÇÕES
QUE VISAM EXTASIAR
"GREGOS E TROIANOS."
QUE VISAM EXTASIAR
"GREGOS E TROIANOS."
(ESCRITORTERCIO)
VIDÊNCIA E LOUCURA
TÉRCIO STHAL
Enquanto videntes dizem ver
o futuro nas bolas de cristal,
artesãos e formigas garantem
o almoço e o jantar.
Enquanto o coração amante
compõe o ardor do amor eterno,
a loucura do escriba forja
lancinante naufrágio.
E o leite,
depois da fervura,
transborda.
REVERÊNCIA E DEVOÇÃO
TÉRCIO STHAL
REVERÊNCIA E DEVOÇÃO
TÉRCIO STHAL
Todo mito e todo herói se sustenta
da fé, da ternura e do amor
de carentes e obcecados.
Os que cultuam mitos e heróis,
dançando no salão ou lutando na arena,
imaginam que sempre vencerão.
Na devoção, apelo e alto impacto,
fogo da fornalha em fagulhas que consomem,
ardente sacrifício e calos à mostra sem sapatilhas.
TURBULÊNCIA
TÉRCIO STHAL
ardente sacrifício e calos à mostra sem sapatilhas.
TURBULÊNCIA
TÉRCIO STHAL
Mergulhando entre as sombras,
como quem quer ser linguagem,
como quem quer ser estandarte,
como quem quer o similar e o diferente,
como quem quer o ser e os seus reflexos,
tentando descobrir concepções, histórias,
valores, comportamentos, merecimentos
e recompensas dos crimes e castigos.
Nos umbrais da porta,
janelas fechadas,
cordas do violino quebradas
e no coração ferido
melodias sem sentido,
Retratado como cantor sem língua,
como dançarino sem pernas,
pássaro sem asas,
palhaço sem graça,
por saber que nem tudo passa
vai morrendo sempre à míngua.
Com quase nada ao seu entorno,
vitimado por turbulentas águas
do constante e insistente retorno.
Ora mirando o Rio Negro
e sentindo intenso pavor,
com os pelos arrepiados
e o rosto perdendo a cor.
Como se estivesse diante do Mar Morto,
prestes a perder os sentidos, absorto,
abstraído por não ver o seu rosto refletido.
Vendo nos colchões e lençóis da densa noite
e em outros gigantescos mares abertos
embarcações que naufragam aos açoites
e são conduzidas a destinos incertos.
Cordas do violino quebradas
e no coração ferido
melodias sem sentido.
Cantor sem língua,
dançarino sem pernas,
morrendo à míngua.
Pássaro sem asas,
palhaço sem graça,
morrendo à míngua.
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