domingo, 2 de setembro de 2018

NADO DE COSTAS,

SEM SABER NADAR,
COMO QUEM NADA TEM
A PERDER OU GANHAR.

(ESCRITORTERCIO)






















QUEM VAI QUERER?
TÉRCIO STHAL

Do copo que cai no chão
e se quebra em pequenos pedaços,
quem vai querer guardar os cacos?

Da bala, a esmo deflagrada,
que traz fogo, dor, morte e fumaça,
quem vai querer guardar lembrança?

Do leite, vinho ou sangue derramado
no chão totalmente sujo e desprezado,
quem vai querer saborear?



PREFIRO O SOM
TÉRCIO STHAL

Ainda que
o silêncio valha ouro,
prefiro ouvir, falar,
gritar e dizer,
do que enriquecer.

Ainda que
a palavra seja ruído,
prefiro o som
que perturbe o ser,
do que ensurdecer.




NOS BRAÇOS DO NADA
TÉRCIO STHAL

Nos braços do dia
uma noite inventada
esconde o esplendor
da luz do Sol.

Nos braços da noite
um dia inventado
apesar da escuridão
furta o sono.

Nada que abrace.
Nada que acolha.
Nada que conforte.
Corpo não descansa.

Alma sucumbe.



EM TERRA DE NINGUÉM
TÉRCIO STHAL

Em terra de ninguém
nem cavalos,
nem cavaleiros.
Campos ou desertos
inexplorados.

Em terra de ninguém
nada na pauta.
Nenhuma ideia.
Dias e noites
que não são lembrados.

Dos nascidos vivos,
se houverem,
nenhuma notícia se tem.

Em terra de ninguém
Tudo permanece incógnita
como se estivessem
nos livros ainda não escritos,

escondidos ou guardados.


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