DA MORTE DE CADA UM
TÉRCIO STHAL
Morrem os lobos
que perdem os pelos.
Morrem os patos
que perdem as patas.
Morrem os pássaros
que perdem as asas.
Morrem os homens
que perdem a esperança.
TEMPO DE GUERRA
TÉRCIO STHAL
As balas perdidas
encontravam gente.
No alto do morro
tombavam bons e maus
quando menos se esperava.
Lágrimas rolavam
de culpados e de inocentes.
Do alto do morro
o que dava para ver
era o mar de sangue a céu aberto.
TEMPO DE PAZ
TÉRCIO STHAL
As folhas caíam
vagarosamente.
No alto do morro
dormiam os pássaros
nos galhos das árvores.
As estrelas brilhavam
deliberadamente.
Do alto do morro
só se ouvia a leveza
da brisa e das águas do mar.
ESQUARTEJANDO CORPO E ALMA
TÉRCIO STHAL
Nem todo enterro é formidável.
Sofre quem não sabe o que deve descartar.
Nem toda gratidão é confiável.
Sofre quem não sabe com o que se fartar.
Nem toda acomodação é miserável.
Sofre quem não sabe a hora certa de falar.
Nem toda dúvida se faz inevitável.
Sofre quem pensa e sente sem reverberar.
Se tem lenha, carvão e brasa, é bom acender.
"Se tem perna anda, se tem asa voa."
Mão que se fecha não consegue bater palma.
Quem sabe fazer bem e faz, bem apregoa.
Quem não sabe guerrear é bom condescender.
Faz bem quem sabe cuidar do corpo e da alma.
PRESENTE, PASSADO E FUTURO
TÉRCIO STHAL
Vivamos como se
o presente fosse eterno.
O passado a referência.
O futuro a expectativa.
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